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Como tirar o Visto Americano

Desfaça a cara de pânico ou a curiosidade mórbida. Não tem nada demais no processo! Esqueça as notícias de que o número de vistos negados triplicou em 2016 e deixa pra lá a história da vizinha da amiga da sua mãe que tem pós-doutorado, mas não conseguiu viajar porque não teve o visto aprovado. Resumindo? Você depende de apenas três coisas: documentos, vínculos e simpatia – tudo na medida e não, necessariamente, nessa ordem.

Como tudo na vida, a lógica é lógica! Rs O segredo está em pensar como os avaliadores-técnicos-super-treinados-da-CIA-para-entrevistar-estrangeiros pensam: eles não querem que você more lá. Ao menos, não ilegalmente. Por isso, comprovar que você tem motivos para ficar (como um emprego estável, um carro no seu nome, uma empresa, um cachorro – mentira, isso não conta – um curso em andamento) é tão importante. Se você já foi para outros países, é meio caminho andado. Afinal, se já esteve na Grécia, na Itália ou na Argentina, dificilmente largaria a vida de viajante para se fixar na terra do tio Sam.

Comprove tudo isso. Além dos documentos obrigatórios (passaporte válido por até seis meses após a data pretendida para a volta da viagem, página de confirmação de preenchimento do formulário DS-160, página de confirmação de agendamento e documentos pessoais), leve também passaportes com vistos anteriores (se for o caso), declaração de imposto de renda, extratos bancários (dos últimos três meses), holerites, carteira de trabalho, declaração/certificado da faculdade, boleto de cursos, certidão de casamento e toda a papelada que você puder. Muitíssimo provavelmente eles nem peçam para ver. No entanto, é melhor estar munido de informações.

Uma dica super importante que recebi na EdoTur (agência de viagens com quem fiz uma consultoria super bacana e que organizou a viagem de bate-e-volta para as entrevistas) é saber todas as respostas e não ser nem muito objetivo, nem muito prolixo. Respostas de quê?! Peraí, deixa eu explicar como funciona o passo-a-passo antes de chegar nessa parte do bate-papo com o entrevistador.

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DO COMEÇO

Passo 1:

O passo 1 para o visto é o preenchimento do formulário DS-160. Essa é uma etapa fundamental. As informações que você colocar aqui determinarão (uns 70%) da sua aprovação. Por isso, fique atento às respostas. O formulário está em inglês. Se você não domina a língua, peça ajuda a alguém confiável ou procure uma agência especializada.

– Antes de começar a preencher o formulário, tenha em mãos os documentos necessários (passaporte, contato no Brasil, endereço e telefone de onde pretende ficar nos Estados Unidos). E, lembre: nunca, nunca, deixe de responder. Caso não tenha as informações definidas, responda not available. (Mas não faça isso em campos como RENDA).

– Confira, confira de novo e mais uma vez. Você tem a opção de salvar o formulário por 20 minutos antes de enviá-lo. Veja se todas as informações estão corretas. Corrija erros de digitação. Dê respostas completas!

– Atenção: o prazo para o preenchimento é de, no mínimo, 72 horas de antecedência em relação à entrevista.

Você encontra o formulário neste link.

Passo 2:

Acesse o site – ou ligue para o Call Center -, com o número do preenchimento do DS-160 em mãos, e crie uma conta para selecionar o local onde deseja receber seu passaporte com o visto.

Passo 3:

Hora de pagar a taxa! O valor depende da categoria escolhida. Os mais comuns, B1 e B2 (negócios e turismo), custam 160 dólares. Mas há variações. Atletas e profissionais religiosos, por exemplo, pagam 190 dólares. E investidores, 205 dólares. O visto de noivo/noiva de cidadão norte-americano sai por 240 dólares. Ou seja: consulte o site oficial para saber qual é o seu caso.

A taxa do visto (MRV) pode ser paga com cartão de crédito por meio da internet ou telefone ou, ainda, por boleto bancário. No caso da última opção, é preciso esperar a confirmação do pagamento para conseguir agendar.

Passo 4:

Bora lá: agende a visita ao CASV (Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto) e a entrevista no Consulado. O agendamento pode ser feito pelo site, call center ou Skype.

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VISITA CASV

É a etapa mais rápida e tranquila. Escolhi o Casv Alto de Pinheiros, em São Paulo. (A lista completa dos Centros de Atendimento está disponível neste link). A dica aqui é levar só o necessário: passaporte (válido – ou seja, com data de validade de, no mínimo, seis meses após a data da volta da viagem), página de confirmação do formulário DS-160, página de confirmação e instruções de agendamento impressa e uma foto de 5×5 ou 5×7 colorida, tirada no último semestre, em fundo branco (Saiba mais aqui).

* Desde novembro de 2016, não são mais aceitas fotos com óculos. Fique atento!

– A foto serve, especialmente, para os casos que dispensam entrevista. É que a foto oficial para quem vai, pessoalmente, é tirada no dia da visita ao CASV. No entanto, embora muito provavelmente não seja necessário, se eu fosse você (e esse é um conselho que eu compraria!), eu levaria duas fotos, nos padrões, por desencargo de consciência. O que acontece? (E já aconteceu, segundo a dona da agência especializada nisso). Caso você chegue lá e por algum motivo o universo conspire contra você e a bendita máquina estiver emperrada-não-funcionando-pifada-pra-valer, você terá que agendar outra data para tirar a foto. E só depois disso passará para a etapa do Consulado. Pois é! Não custa nada levar a foto, não é?!

O que rola nesse dia?

Você chega, eles fazem uma vistoria – com um detector de metais – e você fica numa fila. Dica: não vá com brinco, pulseira, anel, cinto, máquina fotográfica e sei lá mais o que você seria capaz de levar. Nesse dia, vá arrumadinho (a parte de cima), para tirar uma foto digna de ser olhada pelos próximos dez anos. O resto, deixe no hotel. Você não vai precisar.

Basicamente, no CASV você irá registrar suas impressões digitais e tirar a foto. Pronto. Acabou.

CONSULADO GERAL DOS ESTADOS UNIDOS

Esse é o dia do frio na barriga. Confesso: é a dinâmica do terror. O psicológico fica abalado e até eu, que só queria visitar Nova Iorque, acreditei que era uma terrorista que estava indo parar morar. Tá, brincadeiras à parte, esse dia é mais chatinho.

Você fica em filas (intermináveis), não tem ar condicionado e tem um certo clima de apreensão. Mas isso todo mundo já sabe. Fato é que se eu tivesse sentido só 20% do nervosismo que senti, já teria sido muito. Conselho: abstraia! Não tem tanto segredo assim. Lembra do começo do texto?! O importante é provar que você só está indo a passeio (ou para estudar, ou para a finalidade correta). Se você estiver indo com outras intenções, eles vão descobrir. Eles são bons nisso!

Depois de passar pela primeira fila, onde eles verificam o passaporte e documentos e você passa para outra fila, com o detector de metais. Depois, para outra fila. Agora, a da entrevista.

Lá em cima disse: seja conciso, mas nem tanto. Vou dar o exemplo da minha entrevista. (Não que eu seja referência, mas, funcionou! Rs E vocês vão entender o porquê de responder certinho o formulário).

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– Bom dia. Você já foi para outros países?

– Sim. O último foi o Chile, mas já fui para …. (falei uns cinco).

– Ok. É o suficiente.

(Cara de bolinho, super vermelha e envergonhada).

– Coloque os dedos aqui (a plataforma para reconhecimento das digitais).

– Você é jornalista?

– Sim, especializada em telejornalismo e jornalismo literário.

– Você trabalha há quanto tempo na Record News?

– 3 meses. Mas já trabalhei na Band e no SBT.

– Você vai com quem?

– Com uma amiga.

– Ela trabalha com o que?

– É jornalista também. E o visto dela está aqui, caso você precise.

– A viagem é para que?

– A passeio! Ela é apaixonada por Nova Iorque e quer que eu conheça a cidade.

– Ok. Visto aprovado.

Resumindo?! Ele nem olhou para a minha pasta com documentos sem fim. Tanto nervosismo à toa. No fundo, eles já sabem tudo antes de a gente chegar. A entrevista é só para verificar dados e ver se você está falando a verdade.

Em uma semana meu visto estava aqui, lindo e prontinho para a viagem. (O prazo oficial é de dez dias).

Ah, claro, antes que eu me esqueça… No dia do consulado, vá arrumadinho. Coloque uma roupa bonita (nada demais. Eu estava de calça preta, camisa e sandália). Invista numa apresentação consideravelmente elegante. E faça cara de quem não precisa e não tem interesse em ficar por lá.

Em caso de dúvida, consulte uma fonte oficial! Sugiro uma visita ao site oficial da Embaixada e Consulados. (Link aqui). Por lá, as informações são bem claras – e tem uma relação dos telefones e endereços que você pode precisar.

Se tiver alguma dica ou comentário, fique à vontade! Toda experiência vem para somar!!! Boa sorte!! Boa viagem!! (E, respira! Vai dar tudo certo!).

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Amabyle Sandri

Jornalista de viagens apaixonada por contar histórias. Criou o Amabilices para inspirar – e informar – quem ama viajar. Já visitou 13 países. Todos os outros estão na lista!