Pense numa metrópole com a delicadeza das cidades pequenas. Madrid, pra mim, é assim. O movimento da Gran Vía misturado às pequeninas flores a colorir os beirais das janelas. O vai e vem de misturadas nacionalidades a desfilar a jovialidade pela rua, contrastando com a história secular cravada em cada lugar por onde passam. É o novo e o velho, lado a lado, numa harmoniosa e sutil convivência cultural.
Só que eu quase perdi a oportunidade de conhecer toda essa belezura aí. Madrid não estaria no roteiro. Entrou por um empurrãozinho do destino. Entrei. A porta da Europa foi o gigantesco aeroporto Adolfo Suárez Madrid – Barajas – o quinto maior do continente europeu. Tão grande que a caminhada entre os terminais permite aproveitar a linda vista ao olhar para cima. Juro! O aço integrado com bambu que contorna o teto é impressionante. Pra ter uma ideia das proporções, é preciso pegar um metrô interno (como definir isso?) para chegar às esteiras e reencontrar as malas.
É desafiador. Encarar 10 horas de voo e perder o mapa do metrô (sim, eu tinha um passo-a-passo para chegar ao hostal) garantiu uma louca aventura pelas linhas infinitas no imenso emaranhado de cores, estações e paradas do mapa metroviário antes de chegar à sonhada cama para descansar.
*** Pausa para confessar: achava que jet lag era frescura. Não é. Demorei uns três ou quatro dias para me adaptar à diferença de fuso horário.
Hostal Abel Victoriano
Se me perguntarem onde ficar, indico, facilmente, este hostal. A localização é excelente – pertinho do metrô e da Gran Vía – além de ser confortável e relativamente barato. O Abel Victoriano ocupa um andar inteiro de um prédio. O quarto é espaçoso e limpo e tem opção com varanda (escolhi esse!). A única observação é em relação ao banheiro – que tem cortinas de tecido. (Lembrando que os chuveiros por lá são diferentes dos nossos! Menores, com menos pressão de água, no estilo duchinha).
Saiba mais aqui.
Pontos Turísticos
Minha vida útil em Madrid se resumiu a um pedaço de noite, um dia inteiro e meia tarde. Nesse tempo encaixei o que queria conhecer – por proximidade (minha estratégia: pego o mapa e faço círculos dos pontos turísticos próximos entre si) e por interesse mesmo.
A lista ficou assim: noite – Gran Vía; dia 1 – Puerta del Sol, Plaza Mayor, Palácio de Cibeles, Puerta de Alcalá, Parque del Retiro, Museo del Prado, Terraza Cibeles; dia 2 – Palácio Real de Madrid, Teatro Real.
Vou ser objetiva!
Gran Vía
Eu estava cansada e perdida no fuso horário. Passeei, meio desatentamente, à procura de comida. A Gran Vía me lembrou a Avenida Paulista, com lojas de grife, restaurantes e casas de musicais. E movimento, muito movimento. O que chamou minha atenção por lá foram as vitrines de bonecas e de carnes (tem jamón pendurado no teto por tudo quanto é canto! Rs).
Puerta del Sol
Fácil de chegar (a estação de metrô tem o nome do ponto turístico e a escadaria sai diretamente no pátio da praça), é marcada pela famosa escultura do urso (El Oso y el Madroño), símbolo de Madri. É aqui que está também o “quilômetro zero” da cidade.
Aberta e cercada por prédios históricos, a praça vive lotada. À noite tem uns artistas de rua que fazem apresentações dignas de Cirque du Soleil!
Plaza Mayor
Ficar pertinho da Puerta del Sol. O caminho é super agradável. Pra mim, apegada às pequenezas, cada vitrine, cada sacadinha, cada sotaque diferente, era uma alegria.
A praça é enorme e retangular. Todos os prédios têm três andares e só é possível entrar nela por um dos nove pórticos. Charmosa, tem vários cafés, restaurantes, lojinhas de joias e souvenires (vendidos pelo preço das joias! Rs).
Palácio de Cibeles
Da estação de metrô mais próxima até o Palácio a caminhada é curta. Esse trechinho é bem típico de cidades grandes, com largas avenidas e bastante movimento. O primeiro impacto é apaixonante. Lembro de olhar e pensar: caraca!! Como esse palácio está aqui, no meio dessa muvuca toda?!
E lá fica ele, imponente e imbatível. O Palácio de Cibeles tem uma história moldada pelas adaptações. O prédio já foi sede da Sociedade dos Correios e Telégrafos da Espanha, Palácio de Comunicações e, desde 2007, é a Sede do Ajuntamento de Madri. (Guarda esse Palácio na mente que daqui a pouquinho volto a falar dele!).
Enquanto isso, guarde esse link.
Puerta de Alcalá
No mapinha turístico parecia promissor. Pessoalmente foi meio “hum”. O monumento é super importante historicamente falando. Foi construído em 1778, na época era, literalmente, a porta da cidade, mas, hoje, se resume a um monumento no meio de uma rotatória. Não criem expectativas.
Plaza de Toro de Las Ventas
Ó lá a parada polêmica e indispensável da cidade. Não. Não assisti a uma tourada. Tentei, mas o organismo não permitiu (o único dia em que seria possível participar era o dia da chegada, em que desmaiei de cansaço).
A Plaza de Toros de las Ventas é linda e enorme – com estátuas dedicadas aos grandes ícones das touradas. A arena foi, por anos, a maior do mundo. Hoje ocupa o terceiro lugar do ranking mundial, atrás do México e da Venezuela.
Rica em detalhes, oferece um tour guiado pela estrutura. Um passeio interessante para entender a cultura milenar. Fui aberta a entender.
** Pausa para reflexão: se é para sair de casa e voltar igual, sem se abrir à cultura do outro, é melhor nem sair. As touradas têm uma importância histórica para a economia da Espanha. Além de remeter aos valores defendidos por eles.
O tour vale cada euro pago. Confesso: não suportaria assistir a uma tourada. No entanto, recomendo o passeio pelo espaço.
Parque del Retiro
Vi o parque no mapa. Pensei: ah, um parque, legal, vou descansar. Mero engano! Não é um parque, é O parque. Gi-gan-tes-co. São 125 hectares, no centro da cidade, com mais de 15 MIL árvores.
Reserve meio dia só para passear por ele! Tem vários pontos bacanas a visitar, como o Palácio de Cristal (que lembra a estufa do Jardim Botânico, de Curitiba), o Estanque, onde é possível alugar barquinhos e remos para passear e o Palácio de Velázquez, construído para a Exposição Mundial de Mineração, em 1883.
Se fosse hoje, levaria umas comidinhas e faria um piquenique por ali.
Museo del Prado
É considerado um dos museus mais importantes do mundo. No acervo, é possível encontrar obras de Goya, Tiziano, Rebrandt. Minha visita foi rapidinha, por conta do cansaço. Shame on me. Voltaria para dedicar, pelo menos, meio período para apreciar as obras! (Explicando: meio período porque não temos hábito de apreciar obras de arte. Eu adoro arte, já estudei, pinto e, confesso: cansa. Chega uma hora que a cabeça dá nó. Então, voltaria nas obras mais relevantes).
Os horários e valores, você encontra aqui.
Terraza Cibeles
Lembra que falei que voltaria a falar do Palácio de Cibeles. Então… sabe quando você gosta tanto de um lugar que você tem vontade de voltar? Isso aconteceu nesse dia. Encasquetei que queria subir. E, nisso, descobri que tinha um restaurante no último andar. E um bar! É o Terraza Cibeles.
Foi a grande sacada de Madrid. O melhor pôr-do-sol da viagem. De quebra, dá pra beber um vinho, comer um aperitivo e apreciar a paisagem.
Palácio Real de Madrid
Queria ser princesa, só para viver nesse Palácio. A fachada, por si, já vale a visita. Me diverti horrores tirando fotos por ali. Foi quando descobri que, sim, era possível visitar o interior da construção.
É uma viagem pela história da Espanha. De uma riqueza incomparável, dá uma amostra da grandiosidade e da importância do país para o continente. Façam o tour guiado. Por uma questão de tempo, não fiz. Mas, façam! E se encantem com a capela (pra mim, a mais bonita dos cinco países que visitei!) particular do palácio! Saiba mais aqui.
Teatro Real de Madrid
É a maior casa de ópera de Madrid. Fica na estação Opera (Rá!) e é perto do Palácio Real. Há a opção de visitar o interior do teatro. Mas o horário é bem restrito (das 10h às 13h). Consultem a programação antes de ir e caminhem a pé pela região. E observem as placas das ruas, fixadas nas paredes – elas são feitas de azulejos.
Bem resumidamente, é isso! Os sites oficiais para consultar valores e horários estão no texto de cada ponto turístico. Confiram antes de se programarem. E fiquem atentos aos dias gratuitos. A maioria das atrações oferecem um dia ou determinado horário em que é possível entrar de graça ou por um valor bem abaixo do integral.
Essa é a minha Madrid! Se quiser contar sobre as suas impressões, deixe seu comentário aqui embaixo!!
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