Viajar de carro pela América do Sul é, com certeza, mais fácil e muito mais divertido do que você imagina. Alguns detalhes importantes podem fazer com que pareça um bicho de sete cabeças, mas é só ter um pouco de paciência para organizar uma logística que tudo se resolve.
Antes de ler, dê o play!
Pra começar, você precisa de um carro em boas condições de uso (não há necessidade NENHUMA de ser uma camionete 4×4 ou um ter um super motor – a não ser que você queira se aventurar por estradas de terra pouco frequentadas ou participar do rally Dakar). Na Argentina, no Chile e no Peru, por exemplo, as estradas são bem sinalizadas, possuem asfalto de boa qualidade e em geral são pouco frequentadas. A Bolívia, por sua vez, tem asfalto novo nas principais estradas do país (vale lembrar que até uns três anos atrás o asfalto era coisa rara por lá).
A gasolina, apesar de não ser barata, possui mais qualidade do que a brasileira e rende uns bons quilômetros a mais por tanque de combustível. E falando em gasolina, é bem importante estar sempre atento ao volume de combustível do tanque do carro, pois em alguns trechos da estrada os postos são raridade e em outros, o tanque cheio pode te atrapalhar – principalmente quando você estiver transitando pelas lindas montanhas da cordilheira dos andes. Isso porque a altitude tem efeito direto sobre a pressão atmosférica e o volume de todas as coisas. Assim, se o tanque estiver muito cheio, pode ser necessário abri-lo para diminuir um pouco a pressão – não sei até que ponto isso apresenta algum risco, mas o cheiro de combustível pode ficar insuportável, principalmente quando se se alia às tradicionais dores de cabeça que tendem a aparecer nas grandes altitudes.
Sabendo disso, vamos ao assunto mais complicado de todos: o seguro do carro. Cada um dos países citados acima exige um seguro diferente. Quer saber os detalhes? Então vamos lá…
Argentina: Para os hermanos, a famigerada CARTA VERDE é suficiente. Ela costuma ser exigida pelos policiais e pode ser feita na fronteira ou em qualquer seguradora, aqui mesmo no Brasil. O valor é calculado pelo tempo em que o carro permanecerá no país.
Chile: Seguro Obligatorio para Autos Extranjeros – SOAPEX (o mais simples de todos, você pode fazer nesse site aqui e pagar com cartão de crédito). Este seguro tem sido exigido desde 2013. Apesar disso, a maior parte das seguradoras aqui no Brasil ainda vai te oferecer uma espécie de extensão do seguro Carta Verde, mas pelo que me contaram por lá, ela não tem sido aceita.
Peru: Seguro Obligatório contra Accidentes de Tránsito – SOAT – Fiz na fronteira mesmo, assim que cheguei ao país, em um domingo à tarde. É simples, rápido e barato.
Uma curiosidade: No Peru, Tuc-Tucs são muito comuns e ajudam a deixar o trânsito caótico! Não bastasse isso, a sinalização funciona na base da buzina na maior parte das cidades, por isso a paciência é uma virtude bem importante pra quem pretende dirigir por lá.
Bolívia: Sem dúvida, o mais complicado de todos. Assim como no Peru, ele é identificado pela sigla SOAT (Seguro Obligatorio de Accidentes de Tránsito). A notícia boa é que ele é barato pra caramba e tem validade de 01 ano, a ruim é que você não consegue fazer na internet, muito menos na fronteira. Como consequência, vai ter que rodar alguns quilômetros dentro do país SEM O SEGURO. Até aí, tudo bem. Mas a parte que ninguém conta é que, ao fazer o seguro, você ganha um ADESIVO TRIANGULAR LUMINOSO para colocar no para-brisa, o que facilita a identificação para os policiais. E acredite, TODOS os policiais que encontrar pelo caminho enquanto estiver sem o seguro vão te subornar!
DICA: esteja sempre preparado e com notas de pouco valor nos bolsos!!!
No mais, tenha dois triângulos de sinalização, extintor de incêndio e ande sempre com os faróis acesos (a legislação na Argentina exige ainda que se tenha um cambão, mas em todas as vezes que me abordaram, os policiais de lá sequer mencionaram ele). Esquece o tal do lençol branco, ninguém vai pedir por ele (a não ser que queira te subornar), abuse dos aplicativos de navegação do seu celular e esteja sempre atento à sinalização de trânsito, SEMPRE!
Tá esperado o que? Simbora pegar o carro e rodar por la sudamerica com a gente… and don’t u come back no more NO MORE NO MOOOORE!
Otras boas dicas são:
– Ir ao consulado do país a ser visitado e solicitar a lista dos ítens obrigatórios devidamente carimbada.
– Estudar e seguir a risca a legislação do país visitado.
– NÃO “pagar pau”, pagar propina, … para nenhum Policial.
Se as coisas complicarem solicitar a visita do cônsul de seu país.
Jornalista de viagens apaixonada por contar histórias. Criou o Amabilices para inspirar – e informar – quem ama viajar. Já visitou 13 países. Todos os outros estão na lista!
4 Comentários
Orlei Jr.
Postado em 20:39h, 30 junhoOtras boas dicas são:
– Ir ao consulado do país a ser visitado e solicitar a lista dos ítens obrigatórios devidamente carimbada.
– Estudar e seguir a risca a legislação do país visitado.
– NÃO “pagar pau”, pagar propina, … para nenhum Policial.
Se as coisas complicarem solicitar a visita do cônsul de seu país.
Clei A Baldez
Postado em 08:35h, 03 julhoNo Chile, no inverno, também é obrigatório as cadenas (correntes para os pneus).
Antonio cesar Valcanaia
Postado em 19:26h, 07 maioInteressante e bastante esclarecedor, mas se tinha dúvidas se faria de carro, descarte de vez.
Amabyle Sandri
Postado em 10:48h, 16 maioTem que estar disposto a encarar algunsssssss quilômetros, né?!! rs