Telhados alaranjados, prédios baixos, doces deliciosos e o céu mais azul. Andar pelas ruas de Lisboa é como passear pela história. A sensação é de entrar numa cidade dos livros do colégio, com a receptividade de velhos conhecidos e estar, enfim, em casa.
Cheguei a Lisboa no 24º dia da viagem. Entrei na recepção do hotel e já mandei um “Bonne nuit! How are you? Linda noche!”. O legal de viagens longas é que, além de acordar sem saber onde você está, misturar as línguas e se sentir livre, a ansiedade diminui. Fica a vontade de desfrutar bem cada momento. E assim foi. Já estava cansada de caminhar (um mês caminhando de manhã até de noite, sem pausas, cansa, gente!), mas não abri mão de conhecer a cidade da melhor forma – batendo perna.
A primeira parada foi na Praça dos Restauradores. Pausa para: o caminho até lá é lindo. A Avenida da Liberdade é bem arborizada e proporciona uma caminhada super agradável! É muito fácil identificar, já que o obelisco tem 30 metros de altura. O monumento foi construído em comemoração à libertação do país do domínio dos espanhóis.
Caminhando por ruas encantadoras (tô tentando pegar leve nos adjetivos, mas… olha essas fotos!)…
(…) Você chega à praça dos nomes cheios de número. Há! É na praça Dom Pedro IV que está o Teatro Nacional D. Maria II. Como eu só passei um dia na cidade, não entrei no prédio, mas é possível fazer a visita guiada. Para saber mais, clique aqui.
O bacana de Lisboa é que a própria cidade parece ser a atração. Sou muito ligada na arquitetura (embora não sabia 1/20 do que gostaria), então, observar as construções, a forma como foram distribuídas (partes da cidade são puras ladeiras), o planejamento urbano – com o bônus das delicadezas do cotidiano (como a banca de flores) é inspirador.
Inspirador também é o elevador de Santa Justa (ou do Carmo). Não tem como passar despercebido. Primeiro pela estrutura neogótica – e um tanto quanto antiga (o elevador foi inaugurado em 1902), segundo, pela altura – são 45 metros de subida, num caixote de madeira onde são colocadas não-lembro-quantas-pessoas. Vale muito a experiência. Além da vista privilegiada da cidade e do Castelo de São Jorge, o elevador ainda é um “atalho” para você subir ao Largo do Carmo. (Não cheguei a visitar, mas é um ponto de importância histórica, por concentrar convento, igreja, tascas, esplanadas, chafariz e o quartel do Carmo – um dos protagonistas da Revolução dos Cravos).
Elevador de Santa Justa
Para usar o elevador é preciso comprar ingresso. Confira os valores atualizados no site oficial.
Depois de subir, desci ladeira abaixo, dei uma espiadela, à distância, na Praça do Comércio e segui para o Castelo de São Jorge.
Uma das ruas no bairro Baixa Pombalina.
O Castelo de São Jorge é parte da zona nobre da antiga cidadela medieval. Para chegar lá, é preciso enfrentar A ladeira – que amenizei com um sorvetinho, numa lanchonete de esquina. Haja fôlego!
O Castelo de São Jorge já teve várias utilidades. É uma obra islâmica que foi adaptada para receber o rei, a corte, o bispo e os arquivos reais. Depois, virou forte militar e, após um terremoto, foi restaurado e aberto a visitação. A história pode ser vista numa exposição permanente. O local, por si, é uma atração. Disputa com o elevador a melhor vista da cidade – com um bônus: visão de 360 graus, se você estiver disposto a subir escadas, dar voltinhas e explorar a construção.
Outro ponto forte: a apresentação sobre as aves reais. Ok. Tive alguns problemas com isso. Por que?! As aves ficam presas, mas disponíveis para quem quiser tirar foto durante o dia inteiro. Em contrapartida, no final da tarde, o treinador faz uma apresentação falando sobre as características de cada ave, a importância e o “uso” durante a história e uma demonstração de voo. (Ele me conquistou quando mandou o pássaro pousar na minha cabeça).
Confira os horários e valores do Castelo aqui aqui.
Anoiteceu quando desci mais um pouco, rumo às margens do Tejo. Fato é: a essa altura, já não tinha mapa ou direção. Eram os instintos que mandavam. E foram eles que proporcionaram a cena mais bonita da lua. Sério! Olha essa foto:
Um pouquinho antes!
Ali, para curtir o momento, vinho e pasteizinhos de Belém. Os legítimos! Deliciosos, baratos e irresistíveis. Apenas comam! Depois, mais caminhada… não vou indicar restaurante porque a cidade é tão repleta de opções que indico arriscar. Siga seu coração e seu estômago! Comi num restaurante no bairro Chiado. A janta estava deliciosa – um salmão (não, não teve bacalhau. Odeio o cheiro! Me julguem! rs) com mais vinho – por que, né?!
De quebra, na volta para o hotel, cruzei com um bondinho!
Acabei não conhecendo as Torres de Belém (bem que tentei, mas umas manobras erradas no trânsito resultaram numa multa em euros e numa perseguição policial! Juro – cena de filme! Sigam as placas, sempre!) e a parte nova da cidade. Preferi ir para Sintra, Fátima e Nazaré. Destinos dos próximos posts!!
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Jornalista de viagens apaixonada por contar histórias. Criou o Amabilices para inspirar – e informar – quem ama viajar. Já visitou 13 países. Todos os outros estão na lista!
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