Já falei pra vocês que uma das melhores coisas que a viagem de carro nos proporciona é a maleabilidade do roteiro, não falei? Agora, vamos a um exemplo beeeeem bacana: O Colca Cañon.
No final do ano passado, decidi fazer uma viagem de 23 dias passando pela Argentina, Chile, Peru e Bolívia. Consegui a companhia de três pessoas por quem tenho grande carinho (Vanessa, Carol e Rafa), fiz um calendário com os dias que tínhamos para a viagem, os lugares que cada um de nós gostaria de conhecer e os dados de onde deveríamos estar em cada um dos dias que tínhamos (preenchi os dados com lápis, pois a ideia do calendário servia apenas pra nos dar uma noção de tempo/espaço e de onde deveríamos estar para que nos últimos dias da viagem pudéssemos estar o mais perto de casa possível e começar o caminho de volta com tranquilidade).
Com muito bom humor e muuuito chimarrão, saímos do Brasil em direção à cidade de Salta, na Argentina. São dois dias de estrada até lá. E para o nosso desespero, no momento em que acordamos e começamos a planejar os passeios pela região, uma chuva TORRENCIAL caiu sobre a cidade. Decidimos então seguir viagem e riscar Salta do nosso roteiro – só que isso nos custou um terceiro dia consecutivo de estrada, o que não foi nada fácil de encarar. No final deste terceiro dia, chegamos em São Pedro do Atacama com uma vontade danaaaaaada de estacionar o carro e ficar bem longe da estrada por um bom tempo! Mas apesar disso, o Atacama nos custou apenas 4 dos 5 dias que pretendíamos ficar lá.
Então, com uma “sobra” em nosso pseudo-roteiro, decidimos fazer o trekking do “Colca Cañon”, que fica próximo à cidade de Arequipa, no Peru.
Apesar de não ter um nível de dificuldade preocupante, a travessia deste Cânion é longa, são 19 (DEZENOVE!!!) quilômetros de descida, que podem ser percorridos em um ou dois dias, e mais três horas de uma subida-sem-fim no último dia.
Como todos que me acompanhavam são aventureiros e acreditávamos estar acostumados às longas caminhadas, optamos por fazer a descida em um dia e a subida em outro. Assim, no primeiro dia, almoçaríamos em San Juan e continuaríamos a caminhada até o Oasis de Sangalle. Mas, sinceramente? Acho que foi a pior escolha que fizemos em toda a viagem. A caminhada é exaustiva – tanto que, ao final do primeiro dia, já estávamos sofrendo muito mais do que aproveitando o passeio.
Apesar disso, eu não quero que vocês pensem que esse passeio é puro sofrimento. O lugar é lindo, as pessoas que moram lá são educadas, gentis e prestativas, a cultura dos habitantes é inspiradora – por diversas vezes, tivemos vontade de adotar as pessoas que moram por lá!
Então, pra garantir que vocês aproveitem muito mais o passeio, reuni aqui alguns dados importantes:
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O Cânion é uma das principais atrações turísticas do Peru – e não é por menos, o local tem uma beleza ímpar e poder caminhar por horas a fio em um lugar tão lindo é realmente uma bênção;
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A entrada custa aproximadamente 40 reais para quem mora na América do Sul;
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A trilha inicia em uma cidade pequena e super charmosa chamada Cabanaconde, que fica a aproximadamente 200km de Arequipa. Se você não estiver de carro, não tem problema, pois existe uma linha de ônibus que sai de Arequipa e vai até lá;
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Cabanaconde está a 3287 metros acima do nível do mar. Portanto, se você não estiver bem aclimatado à altitude, pode sofrer um pouco. Por isso, é importante beber bastante água e manter-se hidratado;
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Na altitude o sol é implacável e tende a queimar a nossa pele com muito mais eficiência! Por isso, roupas frescas e que cubram a maior parte do corpo possível podem ser importantes aliadas, assim como o protetor solar;
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Existem duas opções de roteiro para quem quer fazer a travessia do cânion: dois ou três dias. se você não está acostumado a caminha muito, opte pelo roteiro de três dias. No caso da subida, existe a possibilidade de fazer o trajeto com mulas, e o custo é de aproximadamente 50 reais;
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Logo após o vilarejo de San Juan, há um pequeno trecho de subida (pequeno, se comparado aos 19km do trajeto até o Oasis), e não há nenhum resquício de sombra. Aqui, um chapéu ou boné pode ser bem útil;
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Pode acreditar em mim, você NÃO precisa de guia turístico para fazer a trilha do Cânion – isso porque as pessoas que moram por lá costumam transitar em mulas pra todos os lados e, como conseqüência, a trilha é larga e beeeeeem visível (bem visível MESMO!);
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Existem quatro vilarejos no trajeto todo (San Juan, Cosñirhua, Malata e Oasis de Sangalle), mas somente dois deles possuem hospedagem. No mapa, você ainda vai ver um vilarejo chamado Tapay, mas não há a menor necessidade de passar por ele;
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Não espere por hotéis e restaurantes luxuosos – tudo é bem simples por lá. A comida em San Juan é saborosa e feita com muito capricho, aproveite pra relaxar um pouco por lá.
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