Dono da maior concentração de “uau’s” por metro quadrado, o arquipélago de Fernando de Noronha surpreende antes mesmo de o viajante pisar em terra firme. É do ar que se tem a primeira impressão – a que concede a certeza de que o punhado de terra no meio do Atlântico deve estar no ranking de criações prediletas de quem coloriu o universo.
Como chegar
Fernando de Noronha fica a 360 km de Natal e a 545 km de Recife. O acesso é feito por ar. As companhias aéreas Gol e Azul oferecem voos regulares à ilha. O trecho dura em torno de uma hora e a paleta de azuis é destaque até o momento em que, pequenininho, o arquipélago desponta no horizonte.
Taxas Ambientais
É indispensável saber que, para acessar a ilha, é preciso pagar a TPA – Taxa de Preservação Ambiental. O valor é de R$70,00 por dia (com reajustes anuais). O pagamento pode ser feito pela internet (neste link). A orientação é levar o comprovante impresso para apresentação no aeroporto. O procedimento deve ser feito com antecedência (superior a dois dias). Caso você perca o prazo, o pagamento pode ser feito no próprio aeroporto.
Ao desembarcar, você verá duas filas distintas: uma para quem já efetuou o pagamento pela internet e a outra para quem vai pagar no local. Eu esqueci de pagar antes e fiquei na fila para pagamento na hora. Preenchi um formulário e paguei sem maiores complicações. O processo todo durou em torno de meia hora.
Outra taxa que o visitante precisa pagar é a de entrada no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Para acessar as praias do Parque (entre elas estão a Praia do Leão e a Praia do Sancho), é preciso comprar o ingresso numa das bilheterias disponíveis na Ilha (veja os pontos de venda aqui). O valor é de R$97,00 para brasileiros e R$195,00 para estrangeiros. O valor dá direito a uma carteirinha que permite acesso ao parque por 10 dias.
Quando ir
A divisão básica de temporadas é a da seca, que vai de agosto a fevereiro, e a de chuvas, de março a julho. (Eu fui em fevereiro, poucos dias após o swell, e peguei uma chuvinha “de verão”, intensa, mas que não durou nem meia hora).
Para quem procura a calmaria das águas de transparência sem fim (a visibilidade chega a 50 metros!), o indicado é programar a viagem para os meses de setembro e outubro, quando há a “garantia” (entre aspas, porque a imprevisibilidade da natureza é quem dita a regra!) de mar calmo.
Já para os viajantes com espírito de surfista, em busca de ondas e mar agitado, o recomendado são os meses de dezembro a março, em especial janeiro e fevereiro, quando o swell – fenômeno que faz com que as ondas geradas por tempestades no meio do oceano cheguem às praias com intensidade perfeita para o surf – leva Noronha a fazer jus ao título de Havaí brasileiro.
Independentemente da época escolhida, a temperatura fica em torno de 28 graus. E a água é super quentinha!
Onde se hospedar
Fernando de Noronha tem dezessete quilômetros quadrados habitados. Neles, estão a Vila dos Remédios, onde estão concentrados o comércio e as construções históricas da ilha; a Vila do Trinta, a 15 minutos de caminhada da praça Flamboyant e os bairros Floresta Velha e Floresta Nova, que estão à mesma distância da praça, mas no sentido oposto. Há algumas opções de hospedagem também na Praia do Porto e no Boldró, mas essas são mais afastadas.
A escolha da localização depende do objetivo do viajante. Quem se hospeda na Vila dos Remédios fica mais perto das praias urbanas (Praia do Cachorro, Praia do Meio e Praia da Conceição). É possível fazer as três praias a pé.
Da Vila do Trinta, algumas pousadas, como a Nascer do Sol, têm vista para o mar de dentro e para o mar de fora. Já da Floresta Velha, é possível avistar o Morro do Pico.
Para visitar as praias mais afastadas, como a do Leão, inevitavelmente, o viajante precisará de um buggy ou táxi – ou deve estar disposto a enfrentar uma caminhada loooonga (que eu só recomendo caso você tenha MUITO tempo disponível). Então, avalie os seus pontos de interesse, seu roteiro e o tempo que você pretende passar na ilha antes de escolher a hospedagem.
Como se locomover
Existem algumas formas de percorrer a ilha: a pé (não funciona para todas as praias!), de bicicleta (recomendo a elétrica, porque é ladeira que não tem fim), de moto (vi pouquíssimas), de táxi (boa pedida para corridas ocasionais) e de buggy (caro, mas resulta em mais independência).
A pé é possível conhecer as praias urbanas: Praia do Cachorro, Praia do Meio e Praia da Conceição. A caminhada do centro histórico até a Conceição é bem bonita, tem uma vista do mar e trechos de sombra. Pegue à esquerda no banco Santander e siga reto. Não tem erro! A caminhada até a Conceição, num ritmo tranquilo, leva em torno de 20 minutos (a partir do banco).
Não vi quase ninguém de bicicleta. Um seguidor comentou que fez a ilha inteira de bike elétrica. No entanto, as estradas – de terra – depois da chuva transformam o percurso até a praia da Cacimba do Padre, por exemplo, num trajeto que eu não curtiria fazer em duas rodas.
As corridas de táxi são tabeladas e custam a partir de R$23,00. Usei poucas vezes. Fui da Vila do Trinta até o Bar do Meio (2 km) para assistir ao pôr do sol e a viagem custou R$26,00 (a ida).
O buggy é uma boa opção para quem está em grupo! O valor da diária do aluguel varia de R$250,00 a R$300,00. O litro do combustível (em fevereiro de 2018) custava R$6,60. Embora seja relativamente caro, é a alternativa que dá mais liberdade para rodar as praias.
Dica: faça um roteiro das praias para otimizar o dia em que você alugar o buggy.
Onde comer
A gastronomia da ilha é surpreendente. Não só pela óbvia oferta de peixes frescos – e de variedade que não se encontra no sul, por exemplo – como pela qualidade dos pratos oferecidos. Do misto quente ao banquete dos festivais gastronômicos, tive apenas felizes experiências.
Leia AQUI as recomendações de lugares que eu frequentei!
O que fazer
Ilha Tour | Passeio obrigatório para quem tem pouco tempo e/ou para aqueles que querem entender a dinâmica da ilha. Num tour de um dia (a agência busca e devolve o viajante no hotel), é possível conhecer 80% dos principais pontos turísticos. É no esquema rapidão: parada, explicação e fotos. Esqueça a ideia romântica de super curtir os lugares. A ideia é conhecer mesmo! Decore as suas paradas favoritas para voltar nos dias seguintes. (Eu voltei na praia do Leão duas vezes!).
Passeio de Barco | A agência também busca o viajante na pousada… a saída é do Porto de Santo Antônio e segue em direção às ilhas secundárias, passa o Morro Dois Irmãos, a Baía dos Golfinhos (SIM! Eles nadam do nosso lado na embarcação!!!) vai até a Ponta da Sapata (ponto mais extremo da ilha) e volta até a Praia do Sancho, onde tem uma parada para flutuação. A previsão de duração é de 3 horas. Vale o investimento! Caso você sinta enjoos, tome um remedinho antes de embarcar.
Trilha do Atalaia | Essa trilha deve ser agendada com, no mínimo, 4 dias de antecedência. A versão mais curta, pode ser feita pelo viajante sozinho. O acesso à segunda e à terceira parte da trilha, onde ficam as piscinas naturais, demandam a presença do guia. O agendamento é necessário porque apenas 6 grupos de 16 pessoas podem acessar as piscinas por dia. No meu caso, esse passeio teve que ficar para a próxima viagem!
Tour Histórico
Outra opção é visitar as ruínas e prédios históricos da ilha. A atual administração de Fernando de Noronha funciona no antigo Palácio de São Miguel. A metros dali, está a Igreja Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1737. Seguindo o caminho, você chega ao Forte Nossa Senhora dos Milagres, de onde é possível assistir ao pôr do sol.
Aliás, se você não abre mão de assistir ao pôr do sol – e esse é um dos principais atrativos da ilha – saiba de onde você pode conferir esse espetáculo da natureza nesse POST.
Ah! Fique esperto::: Fernando de Noronha tem diferença no fuso horário! Lá, o relógio marca uma hora a mais que o horário de Brasília.
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