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Marie’s Crisis Café e a magia dos musicais off-Broadway em NYC

A fachada é singela. A porta vermelha, abaixo do toldo vermelho e branco, que lembra uma mini-tenda circense, dá a pista de que um verdadeiro espetáculo aguarda quem desce as escadarias do Marie’s Crisis Café. Ao pisar ali, não há retorno: a imersão no universo dos musicais é irreversível.

A menos de 2 quilômetros da Broadway, em uma rua tranquila do West Village, em Nova Iorque, letras e notas de partitura ganham vida na voz de cantores, aspirantes a cantores e fãs, que entoam músicas de repertórios de musicais clássicos como O Fantasma da Ópera, Chicago, Les Misérables e muitos outros, em uma playlist infinita escolhida de forma aleatória pelo público, que se transforma num verdadeiro coral de desconhecidos.

O Marie’s Crisis Café é um piano bar que oferece momentos de pura diversão — e contemplação — em Nova York. Tem música, tem piano, tem gente cantando, mas não é karaokê. Ali, nenhuma voz se sobrepõe à outra.

De cosmopolita a uníssona

A cidade, formada por cidadãos do mundo, fala uma só língua no Marie’s Crisis Café: a da música. O bar, fundado em 1929, é um verdadeiro patrimônio, com origem como um speakeasy — bares clandestinos disfarçados de estabelecimentos comuns durante a Lei Seca. Desde então, o local manteve-se fiel ao seu propósito: reunir amantes da música em um ambiente democrático, sem preconceitos, onde os frequentadores podem se entregar à experiência de cantar, como se estivessem em um palco — mesmo sem estar.

Staff estrelado no Marie’s Crisis

Quem serve, canta. Do bartender ao gerente, todos no Marie’s Crisis Café têm uma forte conexão com o mundo da música. São atores, cantores, produtores e artistas envolvidos, de forma direta ou indireta, com o universo dos musicais. A cada hora, um deles dá uma “palinha”, mostrando por que estão ali. E quem sabe você não encontra um cantor famoso nesse basement bar?

Low profile

Em 2025, há um lugar onde filmar é proibido, e esse lugar é o Marie’s Crisis Café. Pode procurar nas redes sociais ou no Google, e você encontrará poucos registros — a exceção são aqueles feitos com a autorização do pianista. A magia está justamente em viver o momento presente com entrega, sem julgamentos.

Marie’s Crisis, só em cash

É bom saber: não há cobrança de entrada, mas é exigido que cada pessoa compre ao menos duas bebidas. O pagamento deve ser feito em dinheiro. Leve dólares! As bebidas custam entre 7 e 10 dólares, são simples e servidas rapidamente, para que você possa aproveitar a música. A entrada é permitida apenas para maiores de 21 anos, e o documento de identidade é exigido na entrada. Não é possível fazer reservas. (Confira mais detalhes no site oficial).

Curiosidades sobre o Marie’s Crisis

O Marie’s Crisis realmente pertenceu a uma Marie — Marie DuMont, uma francesa que abriu o estabelecimento e deu nome ao bar. E o “Crisis” vem do panfleto A Crise Americana, escrito por Thomas Paine, que faleceu naquele local em 1809, 30 anos antes de o prédio onde o bar funciona até hoje ser construído.

Embora tenha um perfil mais reservado, o bar já serviu como cenário para filmes e programas de televisão, como The Politician e Younger.

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Amabyle Sandri

Jornalista de viagens apaixonada por contar histórias. Criou o Amabilices para inspirar – e informar – quem ama viajar. Já visitou 13 países. Todos os outros estão na lista!