Nas pedras que formam o farol, a observar o oceano sem fim, o tom é de poética solidão. A 130 quilômetros de Lisboa, a Nazaré de Portugal pouco teria a ver com a de Israel, não fosse o ponto turístico que leva nome de anjo. Se na cidade ícone do cristianismo, Gabriel marcou a história, na vila que permeia os sonhos dos surfistas é Miguel quem dita o tamanho da coragem.

O Forte de São Miguel Arcanjo é o ponto de observação das ondas gigantes – que atingem até 30 metros de altura. Dali, é possível ver certinho o resultado de uma falha geológica, conhecida como Canhão de Nazaré. As ondas passam por esse “erro da natureza” ser dissipar energia e se tornam as maiores vistas no litoral português.
Para entender melhor, recomendo assistir a este vídeo:
Quando li sobre o tal canhão, não entendi muito o que queria dizer. Até que, à noite, numa lojinha, ouvi um barulho que julguei ser um trovão – e, na verdade, era o impacto das ondas nas pedras. (Penso eu que foi um bom nome, dada a inevitável ampla utilização do termo “canhão”! rs).
No dia em que cheguei a Nazaré, o entardecer caía sobre o mar e as ondas tinham tamanho discreto. Depois de vários quilômetros a mais (obrigada GPS pelas orientações estratégicas para fazer chegar no pôr do sol), Nazaré veio como uma brisa em tarde quente, um carinho para o corpo cansado. Fiz tudo de carro, inclusive chegar bem pertinho do farol.



O tempo estava fechado quando cheguei. O vento do Atlântico judiou um pouco, mas a vista compensou qualquer contratempo. O Forte de São Miguel Arcanjo tem um museu, com exposição fotográfica, que funciona num período específico do ano. Estive em Nazaré em Outubro, por isso, não pude visitar. Os horários da placa podem ter sido alterados. Verificar antes de ir! (Não encontrei o site oficial).

Pertinho do farol está o Sítio de Nazaré – a principal praça da cidade. Por ali, ficam reunidos artesãos locais (as mulheres usam roupas típicas!!) e são vendidos souvenires e doces tradicionais. Tem também a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. Do outro lado da rua, está o Miradouro do Suberco. Dali dá pra ver o penhasco e uma capelinha, a Erminda da Memória.



A cidade pode ser incluída num roteiro com Fátima e Alcobaça. Há várias agências que fazem o passeio (troque uma ideia com o pessoal do hotel). Dá para ir também de ônibus. A Rede Expressos tem passagens quase que de hora em hora (depende do dia). A viagem dura 1h50 e custa em torno de 10 euros.


2 Comentários
Cristiane Souza
Postado em 05:31h, 29 marçoExcelente! Obrigada por compartilhar sua experiência.
Amabyle Sandri
Postado em 20:26h, 26 maioFoi uma experiência inesquecível. Não vejo a hora de voltar na temporada de ondas para acompanhar de perto esse espetáculo da natureza! Obrigada pela mensagem! 🙂