Conheci Nova Iorque de uma ótica pouco convencional. Menos comercial e romântica, diria. Mas, inevitavelmente, cinematográfica e encantadora. A opção de ficar hospedada na casa de uma amiga (gratidão eterna, Simone!) em Elizabeth, New Jersey, abriu as portas para a compreensão de como é a vida de quem trabalha em Manhattan e mora fora da ilha. O ir-e-vir diário fez com que a cidade ganhasse outro ritmo. E, a opção por não usar internet – nem mapa –, concedeu à cidade mais cosmopolita do mundo o título de mais generosa também. Nos sete dias hollywoodianos pelas ruas tão bem exploradas pelo cinema, Nova Iorque se traduz, para mim, na palavra “confiança”. Uma viagem para aprender a confiar em mim, no outro e no potencial oculto de cantos pouco atraentes, à primeira vista.
Gosto das origens. Das palavras, inclusive. Confiança, do latim confidentia, que deriva de um monte de combinações, significa acreditar plenamente. E foi assim que rodamos (eu e Vanice, minha amiga e companheira de viagem!) pela cidade. No primeiro dia, Simone apresentou a – caótica – Times Square, numa versão pouco glamorosa sem as luzes acesas, e nos deixou por ali… em meio à movimentada 5ª avenida.
Confissão: estava sonolenta e ainda “chacoalhante” por conta das turbulências constantes do voo. Meu primeiro encontro com as quadras mais famosinhas dos Estados Unidos foi um tanto quanto sem cerimônia. No final do mesmo dia, nos reencontramos, de forma mais amigável.
Primeira constatação: Starbucks não é (só) coisa de filme. E, embora não tenha os preços mais acessíveis da cidade, é possível encontrar uma cafeteria a cada 100 metros, ou menos. A galera é viciada em café, dado o embalo frenético dos nova-iorquinos vidrados nos passos rápidos e, aparentemente, determinados.
Das curiosidades da estreia nas terras estadunidenses, destaco os tons neutros das roupas – contrastando com as sempre coloridas vitrines. Falando em contrastes, o Central Park, com seus 3,4 quilômetros quadrados, destoa no cenário completamente urbano. Pausa para: não fazia ideia da dimensão do parque. Com sinceridade?! Como passeamos despretensiosamente por partes muito distintas (primeiro, pelo The Pond – um dos sete lagos do parque -, pela entrada da Columbus Circle e pelo acesso em frente ao Museu de Arte Metropolitana), não consegui ter ideia do todo. Existem passeios, de uma hora, que prometem levar às principais atrações do parque. Por 100 dólares, preferi ficar com a visão fragmentada.
Adorei as vistas do topo dos prédios – e devo ao observatório Rockfeller Center a superação do medo de elevador adquirido na Hollywood Tower…
Andei num táxi amarelo. Fiquei chocada ao descobrir que a loja da MM’s tem mais presentes e coisas fofas do que chocolate…
Encontrei uma loja para pets em que os próprios dogs escolhem o que querem (e andam soltos pelos corredores). Fui num bar desses de filme, em que os caras sentam no balcão pra assistir jogo de futebol americano. Caminhei pelas ruas como quem sabia para onde ir. Me perdi, infinitas vezes, no metrô…
E, relembrando aqui os melhores momentos, cheguei à conclusão de que preciso voltar: não comi cachorro-quente! Imperdoável. Esse resuminho (inho!!!) é para “aclimatar” você para os próximos posts. Afinal, cada viagem é uma viagem – e Nova Iorque sem mapas requer um tiquinho de loucura e muita, muita confiança e generosidade.
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