Você está ilhado. E agora?! Relaxa!! (Literalmente). Aliás, Morro de São Paulo é o lugar propício para você descansar. Mas, se o seu perfil for mais aventureiro, não faltam opções de atividades também.
Vamos começar traçando um perfil do Morro. As praias, como eu disse nesse post AQUI, não têm nome. Elas são denominadas conforme a sequência: primeira, segunda, terceira e quarta (tem a quinta também, que é deserta e conhecida como a Praia do Encanto). E cada uma tem um perfil e atrações diferentes.
(Caminhar pela ilha é uma das minhas sugestões de passeio – embora você vá fazer isso, inevitavelmente, é bacana tirar uma manhã ou uma tarde só para entrar nas lojinhas, bater um papo com os vendedores e conhecer um pouco da cultura do local).
A chegada é pelo porto (um píer) de onde já é possível avisar o Portal de Morro de São Paulo, construído no século 18 e recém-reformado.
Passando por ele, morro acima (ó, o trocadilho aí!), você chegará ao vilarejo. Ali está a Igreja Nossa Senhora da Luz.
A Igreja é do século 18, tem estilo barroco e, embora tenha concentrado muitas riquezas no passado – como ouro, prata e imagens sacras importantes – ela foi saqueada inúmeras vezes por piratas e nativos. Uma das peças saqueadas datava de 1690.
TIROLESA
Em frente à igreja está a entrada da trilha que leva ao Farol e à (famosa) Tirolesa. Eiiiii, se você não curte a adrenalina de se jogar de 75 metros de altura morro abaixo, pode continuar nesse parágrafo. É que, ao lado da plataforma-dos-corajosos, está um mirante que tem uma vista privilegiada das praias. Foi lá que tirei essa foto aqui, ó:
O relato sobre a emoção de descer a Tirolesa você encontra no blog Vem pro Mundo. O Murilo – que foi minha companhia nessa viagem – se jogou, sem medo. Confiram lá. Porque eu, Amábyle, jamais faria isso. Sou medrosa e admito.
A Tirolesa custa R$50,00 e não é permitido descer com a GoPro. A menos que você tenha o adaptador para o capacete. Em alta temporada, reserve um horário para enfrentar filas. Em baixa temporada, o movimento é tranquilo.
Pertinho da Igreja está também uma pracinha, onde ocorrem feiras de artesanato. Daí para a frente, o caminho é todo delineado por arte, gastronomia e hotelaria.
Seguindo o fluxo – e a única rua – você desce uma super rampa que dá acesso a outra rampa (pausa para foto).
E encontra um mirante que antecede a chegada à primeira praia.
A Primeira Praia é onde foram construídas as primeiras casas de veraneio. É nela também a chegada da Tirolesa. Aqui você encontra as comidas típicas baianas.
Seguindo reto, você chega à Segunda Praia. Mais badalada, concentra bares, restaurantes e pousadas. Aqui rola luau, baladinhas e é onde você encontra várias barraquinhas de “caipifrutas”. Dica: Não deixe de experimentar as frutas típicas, difíceis de encontrar em outros lugares do Brasil. Experimentei – e recomendo – as mistura de rambutã e uva verde e a dupla cacau e coco (fruta). Ficam deliciosas.
Continuando a caminhada, você chega à Terceira Praia. A divisão entre as praias é identificada pela Ilha da Saudade. Com menos extensão de areia, essa é uma boa opção para quem quer dar uma volta de caiaque. Aqui, você encontra lojinhas de alugam snorkel, prancha para stand up paddle e bikes! Há quem alugue o caiaque para dar uma volta contornando a Ilha da Saudade.
Falando em bike… essa é uma ideia para quem quer ir até a quinta praia, a do Encanto. Que fica a 8 km dali. Não fiz isso. Como estava hospedada na quarta ilha, que já é bem deserta – e com praia “particular”, cheia de piscinas naturais – preferi fazer o passeio Volta na Ilha.
VOLTA NA ILHA
O passeio dura o dia inteiro. A saída é às 9 horas da manhã, na Terceira Praia. Uma lancha rápida faz o percurso que inclui paradas estratégicas nas piscinas naturais de Garapuá e Moreré, onde é possível flutuar com os peixinhos.
Deu sede? Que tal comprar uma água ou aquela cervejinha gelada em um bar flutuante?! Pois é. Ali, no meio do oceano, os viajantes podem comprar a bebida que quiserem. (O preço é justo. R$5,00 a latinha e R$8,00 a lata grande de cerveja).
O almoço é servido na Ilha de Boipeba, na Boca da Barra. Cercada pelo oceano e pelo rio de inferno, a ilha concentra uma biodiversidade vasta. O nome vem do tupi, significa “cobra chata” – em referência a uma espécie de tartaruga encontrada ali. Boipeba é considerada Reserva da Bioesfera e Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Para os amantes de lagosta e frutos do mar, a pedida é o restaurante Nascente do Sol. (No meu caso, o almoço foi só batata frita. Afinal, a pessoa adora tirar fotos. Dica: faça o pedido do prato e depois saia para passear. Aproveite os 40 min, em média, de preparo para explorar a ilha).
A próxima parada inclui ostras frescas. É a Ilha de Canavieiras. Um povoado onde moram, aproximadamente, 50 pessoas – todas pertencentes a famílias de pescadores. Ali, Célia abre, uma-a-uma, as ostras recém-pescadas. Na alta temporada, chega a abrir 240 ostras em UM dia. Servidas com limão, são um sonho para os adeptos de frutos do mar.
Dali, a lancha segue para Cairu – o segundo município mais antigo do Brasil. (O primeiro é Santa Cruz Cabrália, ao lado de Porto Seguro). O guia que conduziu nosso passeio pela cidade foi o Igor. Ele nos conduziu até o Convento e Igreja de Santo Antônio – uma das principais atrações da cidade – e contou a história de construções que encontramos pelo caminho.
A Igreja de Santo Antônio foi a primeira feita em arquitetura barroca no Brasil. A fachada inspirou, inclusive, o Convento de São Francisco de João Pessoa. No passeio pelo interior da construção, o destaque vai para a sala das imagens (que reúne peças do século XVII), para a sala onde a perspectiva da pintura do teto deixa a gente boquiaberto com as ilusões de ótica e para o altar, paralelo ao principal, onde está a imagem de Santa Rosa.
Ah, claro. Não poderia deixar de citar a história de São Francisco de Assis, contada nos azulejos de um dos corredores. Vale a pena conferir! Aí, é hora de voltar para Morro de São Paulo. O passeio termina por volta das 17h. Com sorte, você ainda pega o pôr do sol na subida do morro.
Anote aí: Portaló e Toca do Morcego. São dois lugares para você ver a noite chegar, com uma vista de tirar o fôlego. A Toca fica no caminho para a Tirolesa e o Portaló fica na entrada do Morro, na subidinha do píer, à direita.
Passei dois dias em Morro de São Paulo. Dois dias BEM intensos. Mas, para vocês, recomendo quatro dias ou mais – com pernoite em Salvador na ida e na volta, para dar aquela recuperada do balanço do mar. É que, além das atividades que listei aqui, dá para conhecer outras praias, fazer outros passeios de lancha e curtir as baladinhas da segunda praia.
Se você já foi para lá e tem outras dicas, deixe seu comentário!!!
Como vocês viram, é impossível não se apaixonar!!!
1 Comentário
viviane
Postado em 20:33h, 17 outubroótimo post!! Você saberia me informar com qual empresa que você fez o passeio volta à ilha?