Um aquário sem vidros, sem limitações de espaço. Com chuva, translúcido. Com sol, transparente. De incontáveis cores, o rio acolhe inúmeras espécies. Visitante vira peixe e peixe vira acompanhante de quem nada por aqui. No Rio da Prata, em Bonito, Mato Grosso do Sul, a integração com a natureza é total.
Predominam o respeito e a curiosidade. Respeito à biodiversidade, ao tocar a mata com as botas de neoprene que diminuem os impactos ambientais; respeito aos peixes que nadam lado a lado com os visitantes, sem correr riscos, pois, ali, são apenas observados; respeito ao leito do rio, seguido sem ser tocado. E, curiosidade sobre tudo que nos cerca – desde o início da trilha de dois quilômetros para chegar ao rio até o momento em que mergulhamos no entorno das nascentes, que parecem truque de ilusionismo.
Na mata, é possível encontrar quati, macaco prego, queixada, cotia, tamanduá, cateto além de pássaros de diversas espécies. Antes de começar a flutuação, é feito um treinamento numa piscina natural. O grupo recebe as instruções sobre como usar o snorkel e nadar em fila indiana (será que o nome continua o mesmo quando a fila é na água?! Rs).
Quando todos são “aprovados”, o passeio começa! O trecho inicial é no rio Olho D’água. A água tem temperatura agradável (24 graus, durante o ano inteiro) e uma transparência difícil de definir. Com o óculos, parece uma grande televisão com transmissão ao vivo do fundo do rio! A correnteza é leve e quase não é preciso fazer esforço para nadar. Aliás, o colete salva-vidas e a roupa de neoprene ajudam a nos manter boiando, sem dificuldades.
Difícil escolher um lugar para onde olhar. O verde no fundo do rio parece um jardim subaquático. As folhas que caem das árvores, brilham com os raios de luz e os peixes são um espetáculo à parte. Encantariam só por existir mas, mais que isso, fazem questão de nos acompanhar rio abaixo.
Depois de flutuar pelo Olho D’água, é feita uma trilha curtinha para desviar de uma cachoeira que tem no caminho e, na sequência, continuar pelo fim do Olho D’água até entrar no Rio da Prata. É incrível, mas a diferença da temperatura da água é facilmente percebida, assim como o grau de transparência da água. Nesse ponto, o visitante pode escolher entre continuar flutuando ou embarcar num pequeno barco com motor elétrico. É que aqui é preciso nadar mesmo… nada muito difícil. Só é um pouquinho cansativo porque não tem tanta correnteza.
Fiz o passeio num dia de tempo fechado. Inclusive, choveu durante a flutuação. E essa é uma informação importante! A trilha e flutuação só não são realizadas caso de tempestade ou chuva muito forte. Se seu passeio estiver agendado, ligue e confirme antes de ir, mas NÃO desista antes de consultar a equipe do Recanto Ecológico Rio da Prata! A chuva diminui um pouquinho a visibilidade, no entanto, o passeio vale super a pena da mesma forma.
Fique ligado:
– O Recanto Ecológico Rio da Prata fica a 52 quilômetros de Bonito.
– O trajeto inclui trechos intercalados com e sem asfalto. Embora bem sinalizado, o percurso demora em torno de uma hora (saia com mais antecedência);
– O transfer deve ser contratado nas agências de turismo;
– O passeio deve ser reservado com antecedência nas agências de turismo;
– O valor da entrada inclui o passeio e o aluguel da roupa e botas de neoprene e da máscara e snorkel;
– Só é permitido o uso de câmeras subaquáticas;
– Caso você não tenha uma, o Recanto Ecológico tem Go Pro disponível para locação;
– Roupas e toalhas são carregadas pelo guia e você só terá acesso no final do passeio;
– Leve repelente;
– Minha dica: faça, no mesmo dia, a flutuação ou mergulho na Lagoa Misteriosa (falarei sobre ela no próximo post) e intercale os passeios com um delicioso almoço de fazenda. Juro, vale a pena!!
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