Como é voar na executiva da Avianca para Nova Iorque?

Da poltrona que vira cama ao chá com rodelas de limão. Do fato de ser chamada pelo nome à atenção dos comissários diante do meu medo de turbulência. Foi tudo tão sutilmente aconchegante que decidi compartilhar com vocês os detalhes da minha experiência na executiva da Avianca no trecho São Paulo – Nova Iorque. A viagem que fechou com chave de ouro o ano do blog Amabilices.

Check In

Comecemos do começo – que, nesse caso, não é o check in. Essa foi a minha primeira viagem na classe executiva e minha segunda viagem com a Avianca. Ou seja: tudo novo! Exceto o fato de poder embarcar só com o passaporte, que é de praxe em voos internacionais. Um detalhe importante (que eu não lembro de ter me atentado nas outras idas para Nova Iorque) é que na hora do check in você precisa informar o endereço onde você vai se hospedar. E isso é indispensável para embarcar. Aqui ou lá (na imigração) eles irão pedir essa informação e você pre-ci-sa saber a resposta.

Antes de embarcar, pude conhecer o lounge que a Avianca compartilha com a Gol no terminal 2 do aeroporto de Guarulhos. O ambiente é bem aconchegante, tem banheiros (com chuveiro), buffet com salgados e doces e bebidas liberadas. Não tive muito tempo para avaliar tudo porque vivo no limite dos horários. Os detalhes ficam para uma próxima!

Embarque

Passageiros da classe executiva têm direito a embarque prioritário. Embora eu seja sempre uma das últimas a embarcar (sigo com o pensamento de que todo mundo vai decolar na mesma hora mesmo! rs), foi legal a experiência de entrar no avião logo no começo. É que enquanto todo mundo se acomoda, os comissários se apresentam e servem espumante e um mix de nuts quentinhas.

Serviço de Bordo

Nesse meio tempo, a gente já pode ir escolhendo o prato principal do jantar e do café da manhã. O menu é assinado pelo chef Thomas Troisgros, que traz da família o sobrenome de vanguarda da nouvelle cuisine francesa.

Antes da decolagem, as taças são recolhidas e os comissários anotam os pedidos. Além dos pratos, há uma carta de vinhos para harmonizar com a refeição. Caso você não seja um expert, a equipe está mais que disposta – e preparada – para ajudar com dicas didáticas. (Ninguém é obrigado a nascer sommelier . E tá tudo bem!).

O menu dos voos da ida e da volta era diferente, mas ambos ofereciam opções de carne vermelha, peixe ou massa. A entrada foi ceviche (voo da ida) e mix de folhas verdes com frango (voo da volta) mais pães quentes e manteiga. Na sequência, o prato principal é servido e, de sobremesa havia a possibilidade de escolher uma das quatro opções, das quais lembro, claro, das frutas e do sorvete. Porque, obviamente, escolhi o sorvete tanto na ida quanto na volta – que era haagen dazs, by the way.

Algo muito, muito legal é o fato de a gente ser chamado pelo nome o tempo inteiro. Parece bobo, mas devolve o que temos de mais precioso: nossa individualidade. Pra mim, fez a diferença. Sem contar a cordialidade extrema de toda a equipe.

Aeronave

O modelo do avião é o A320-200, da Airbus. O layout das poltronas na classe executiva é 1-2-1, num formato de espinha de peixe em que todos têm acesso ao corredor. Ao todo, são 32 poltronas com dois banheiros exclusivos. As poltronas reclinam 180 graus, virando verdadeiras camas. E eu adorei isso.

Cada cabine tem infinitos compartimentos secretos para fone de ouvido, mesinha da refeição, apoio de braço, porta-cacarecos (onde fica a necessaire mais útil de todas as viagens!) e o último espaço que eu lembro da minha lista, o mais visível, é o voltado para guardar as revistas. Ah, falando nisso, os comissários oferecem revistas logo após o embarque.  

Curiosidade: as poltronas têm um painel individual com tomada, carregador USB, lâmpada para leitura, botão para chamar o comissário e o joystick que controla o entretenimento do bordo. Nesse painel fica também o controle da poltrona, que tem 3 padrões pré-definidos: um para a decolagem/aterrissagem, outro intermediário, em que a poltrona fica reclinada com as pernas esticadas e a última é a versão cama. Coloquei como curiosidade porque, no começo, fiquei me batendo tentando adaptar cada parte da poltrona individualmente. E isso não é necessário. Aprendam com os meus erros! rs  

Sobre a necessaire: é da Porsche Design e vem com uma máscara de dormir, escova de dente, creme dental, lenços de papel e hidratante labial e creme de mãos da Institut Karité Paris.

Entretenimento a bordo

Com opções para adultos e crianças, a Avianca oferece variedade de filmes, séries e programas de TV. Na seleção de músicas (minha parte favorita), as playlists são separadas por gêneros musicais. Alternei de jazz para MPB durante a viagem toda. Obrigada, Avianca.

Sutilezas

– Embora o passageiro tenha a opção de jantar e tomar o café da manhã, os comissários perguntam se você gostaria de ser acordado ou não – inclusive, se você precisa ser chamado durante a noite para tomar algum remédio. (Achei isso o máximo e, pela primeira vez, pensei que seria legal estar tomando um antibiótico. Mentira, claro. Mas, quando, na vida, você vê isso em outro lugar?!).

– Constatação: quando a gente está deitado, a turbulência faz parecer que estamos sendo ninados. No entanto, não há chacoalhão confortável pra quem tem medo. Logo, depois de um tempo, decidi levantar para ir ao banheiro e trocar uma ideia com os comissários. Eles foram uns que-ri-dos. Confirmaram minha suspeita de que estávamos atravessando a floresta amazônica (onde é comum isso ocorrer). “Aproveita para dormir com o balanço! Quando passarmos a Colômbia, acaba!”. A tranquilidade deles foi tamanha que eu coloquei meu fone – que tem tecnologia anti-ruído – com um jazz baixinho e apaguei. Dormi tanto que quando o comissário foi me acordar, com toda a delicadeza do mundo, eu quase dei um abraço nele. Nada como dormir bem!  

– Os chás servidos a bordo são da Twinings of London (o chá da rainha da Inglaterra e o meu favorito também). Feliz com a possibilidade de encontrar o chá de limão siciliano, pedi ao comissário se havia essa opção no menu. Ele me disse que não, mas que poderia servir rodelas de limão no chá que eu escolhesse. E assim o fez! Sutileza define.  

Bônus

No desembarque em São Paulo, no voo da volta, quando eu achei que a viagem havia chegado ao fim, Mateus me aguardava na saída do avião. Ele me acompanhou até o portão de embarque do meu próximo voo para Foz do Iguaçu. Justíssimo mencionar que, além da simpatia sem fim, ele salvou meu casaco. Sim, eu esqueci o ca-sa-co dentro do avião. Não bastasse isso, ele me levou até a minha poltrona e compartilhou técnicas para driblar o nervosismo durante as possíveis turbulências.

Por que mencionei isso? Para ressaltar algo que está além da qualidade da aeronave, dos produtos usados (queria trazer o edredom pra casa!) e da elegância do menu! Decidi encerrar esse relato com a maior preciosidade que identifiquei na Avianca: a equipe apaixonada pelo que faz! Que trata os passageiros com amor. Que se mostra disponível e acessível às limitações dos passageiros. E, pra mim, esse item, tão abstrato numa lista tão objetiva, é o que fez a diferença.

Trouxe para casa a simpatia daqueles que encontrei! Do Mateus, da Larissa, do Bruno, do Victoriano, da Luiza, do Nildo e de todos os outros cujos nomes não lembrarei, mas dos quais os sorrisos não esquecerei!

Primeiras vezes são inesquecíveis por natureza, mas, tenho certeza de que essa teve uma dose extra de amor. Obrigada, Avianca,pela oportunidade e por me deixar ainda mais apaixonada por voar.