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O que você precisa saber sobre o Museu do Amanhã

Avião. Aeroporto. Táxi. Congestionamento. Estou atrasada. Preciso chegar no Museu do Amanhã, HOJE, antes das cinco. Estaciona. Tira mala. Deixa mala. Pega câmera. Coloca mochila e vai. Só vai. Rua Acre. Praça Mauá. PÁ! “Caraca: que prédio é esse?!”.

Impossível não ficar alguns segundos em choque. Depois da rápida imersão no centro – e na sua arquitetura mista, principalmente para quem vê às pressas -, o encontro com o Museu do Amanhã causa estranhamento. Mas, um estranhamento bom. As letras vasadas, com a declaração de amor ao Rio de Janeiro, dão as boas-vindas.

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Existe uma linha imaginária no tempo que divide a zona portuária antes e depois do museu – e da revitalização, marcada pelo museu – que é assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava (o mesmo que foi responsável pela revitalização de Puerto Madero, em Buenos Aires – e pelo projeto da Puente de La Mujer). E o depois é de se apaixonar. Indefinível, por essência, o prédio foi inspirado nas bromélias do Jardim Botânico carioca. E se aproxima da natureza também o quesito preservação e sustentabilidade: o projeto foi pensado para otimizar a luz natural e conta com captação de energia solar (as hastes, do telhado). Já as águas frias da Baia de Guanabara não servem apenas para embelezar o cenário. Elas são usadas no sistema de refrigeração do museu. Uma pincelada que antevê a grande sacada do local: nos fazer pensar sobre como as nossas ações HOJE irão construir o nosso AMANHÃ.

O acervo do museu é digital. Esqueça pinturas, esculturas ou objetos palpáveis. Na exposição permanente, quem manda é a tecnologia. O percurso é todo interativo. O visitante recebe uma Íris – que é um cartão usado como assistente digital. Com ele, você personaliza a visita por meio da língua escolhida e consegue ter ideia do quanto interagiu, efetivamente, com a exposição.

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A exposição é dividida em: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Nós. E já no Cosmos a gente imerge no “universo” com intensidade. Numa estrutura que lembra muito um planetário, os visitantes assistem a um vídeo produzido pela equipe do cineasta brasileiro Fernando Meirelles (que dirigiu “O Ensaio sobre a Cegueira”, adaptação do icônico livro do português, vencedor do Nobel de literatura, José Saramago). Para quem tem vertigem, recomendo sentar no chão.  A projeção é em 360 graus. Uma verdadeira viagem pela criação do universo e para nos relembrar que somos feitos da mesma matéria que as estrelas. Poético, não?!

Importante: aqui não é permitido fotografar ou filmar. E você nem vai querer! Legal mesmo é aproveitar cada segundo.

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Na próxima etapa, a Terra, a gente reflete sobre quem nós somos. Já no Antropoceno, seis totens, com dez metros de altura, compõem o que eu chamaria de tratamento-de-choque-da-reflexão. É impossível não se assustar com o impacto que nós causamos no mundo. O termo Antropoceno, aliás, foi criado pelo vencedor do prêmio Nobel de Química, de 1995, Paul Crutzen, e remete à era dos humanos – em que nos reproduzimos como uma colônia de bactérias (desculpa aê a comparação!), logo, não há nenhuma região sequer do mundo que não seja impactada por esse crescimento. Os totens trazem alguns dados com os reflexos do aumento populacional.

Nos “Amanhãs” a ideia é pensar sobre para onde estamos indo! São muitas possibilidades. A tendência é de um mundo com pessoas cada vez mais conectadas, culturas mescladas e megacidades – permeadas pela desigualdade social. Mas, há como controlar isso?! Aqui, o “Jogo das Civilizações” (inspirado num modelo desenvolvido pela NASA, que leva em conta a perspectiva histórica das nações) faz com que o visitante note o quanto decisões simples podem ajudar para que uma civilização persevere ou entre em colapso.

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O “Nós” encerra a exposição com a certeza de que são as nossas escolhas que determinarão o rumo do planeta que teremos daqui a 50 anos.

E, de quebra, a gente encontra essa vista aí, ó:::

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No primeiro andar ficam as exposições temporárias. Inovanças é o nome da mostra que vai até dia 22 de outubro de 2017. É a reunião de um conjunto de criações – fruto da genialidade de brasileiros comuns. Com uma apresentação interativa, cheia de cores e curiosidades, Inovanças mostra que todos nós temos (ou podemos ter) um gênio escondido dentro de nós mesmos.

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No Museu do Amanhã funciona também um Laboratório de Inovações, onde são realizados cursos, workshops e capacitações.

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Excepcionalmente, parte da equipe do laboratório está no primeiro andar, onde é possível acompanhar o trabalho de engenheiros, comunicadores e estagiários. Quando estive no museu (junho 2017), eles trabalhavam num óculos de tecnologia 3d e na nova exposição, que abordará o tema Moda – e será aberta ao público em julho.

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O Museu do Amanhã precisa estar no seu roteiro do Rio de Janeiro. Aproveite e, no mesmo dia, inclua o Boulevard Olímpico – e os murais com obras de grafiteiros famosos, como Eduardo Kobra e Marcelo Ment -, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o AquaRio!

ANOTA AÍ: 

MUSEU DO AMANHÃ

Site Oficial

Funciona de terça-feira a domingo

Fechado nas segundas-feiras | Gratuito nas terças-feiras

Horário de funcionamento: Das 10h às 18h (entrada até 17h)

Valor do ingresso: R$20,00 inteira, R$10,00 meia;

Bilhete único dos museus (Amanhã + MAR): R$32,00 inteira, R$16,00 meia.

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Amabyle Sandri

Jornalista de viagens apaixonada por contar histórias. Criou o Amabilices para inspirar – e informar – quem ama viajar. Já visitou 13 países. Todos os outros estão na lista!